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Talibã vence guerra tecnológica no Afeganistão, dizem especialistas

Talibã venceu a guerra contra o Ocidente ao usar melhor a tecnologia segundo especialistas militares

Talibã vence guerra tecnológica © - Shutterstock
por Redação outubro 15, 2021
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A coalizão militar liderada pelos Estados Unidos contra os talibãs no Afeganistão tinha tudo para ganhar a disputa: poder de fogo superior, equipamentos melhores e mais dinheiro. A história, como vimos, deu a vitória aos oponentes. “Deus é contra a guerra, mas fica ao lado de quem atira melhor”, dizia o filósofo francês Voltaire. Mas, segundo um artigo da  revista do MIT, quem definiu o jogo no Afeganistão foi exatamente o progresso tecnológico e o uso estratégico que o Talibã fez dele.

Dois especialistas autores do artigo defendem essa tese e eles têm conhecimento para isso. O primeiro é Christopher Ankersen, professor associado em Assuntos Estrangeiros na  New York University. Ele também trabalhou na ONU entre 2005 a 2017 e serviu o exército canadense de 1988 a 2000. Mike Martin, co-autor do material, é um oficial do exército britânico, fluente em afegão, e consultor de generais britânicos, exatamente pela sua experiência no país asiático, cenário da disputa entre Ocidente, liderado pelos norte-americanos, e o Talibã.

Talibã inovou mais, segundo especialistas

Para Ankersen e Martin, apesar de o vencedor ser geralmente aquele mais avançado tecnologicamente, no Afeganistão a história foi diferente. “Houve progresso tecnológico – a evolução da guerra de drones, por exemplo. Mas os avanços feitos pelos EUA e seus aliados não foram tão pronunciados quanto os vistos antes, e não foram tão profundos como alguns especialistas afirmam. Na verdade, ao contrário da narrativa típica, os avanços tecnológicos ocorridos durante os 20 anos de conflito ajudaram mais o Talibã do que o Ocidente. Se as guerras foram travadas por meio da inovação, o Talibã venceu”, resume a dupla de articulistas.

Eles lembram que o Ocidente lutou na guerra da mesma maneira, do início ao fim. Os primeiros ataques aéreos em 2001 foram conduzidos por bombardeiros B-52, o mesmo modelo que entrou em serviço pela primeira vez em 1955. Em agosto deste ano, os ataques que marcaram o fim da presença norte-americana vieram do mesmo modelo de aeronave. E por aí vai. Por outro lado, o Talibã deu saltos enormes na avaliação dos especialistas.

Os vitoriosos começaram usando os conhecidos AK-47s e outras armas convencionais simples, mas aproveitaram a telefonia móvel e a internet. E fizeram isso “não apenas para melhorar suas armas e seus sistemas de comando e controle, mas ainda mais crucial, para realizar suas comunicações estratégicas e suas operações de influência”, destacam Ankersen e Martin. Os avanços incluem essas e outras melhorias e foram discutidas no podcast da edição brasileira da revista do MIT




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