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Orientação para stakeholders é mais lucrativa, mostra estudo da Wharton

Empresas que priorizam uma abordagem multissetorial geram melhor retorno sobre o capital investido (ROIC)

orientação para stakeholders © - Shutterstock
por Redação março 10, 2022
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A abordagem multissetorial seria a chave para que as empresas tenham um melhor retorno sobre o capital investido (ROIC). A conclusão é de um estudo conjunto entre a FCLTGlobal, uma organização de pesquisa sem fins lucrativos, e o ESG Analytics Lab, da Wharton School. O material foi divulgado em janeiro deste ano e define que as “empresas que priorizam uma abordagem multissetorial geram retornos mais elevados do que aqueles que não o fazem”. 

Intitulado Walking the Talk: Valuing a Multi-stakeholder Strategy, o material analisa os relatórios anuais de mais de 3 mil empresas globais para procurar uma linguagem orientada para as partes interessadas e compara a presença dessa linguagem com a linguagem financeira, resultados ambientais, sociais e de governança (ESG).

ESG no centro da orientação para stakeholders

A pesquisa apresenta, pela primeira vez, fatos empíricos sobre os comportamentos e resultados de empresas orientadas para várias partes interessadas, ou seja, uma abordagem multissetorial. “Nossa esperança é que as empresas usem o estudo para estruturar suas estratégias de stakeholders e para comunicar essas decisões aos investidores e outros stakeholders importantes”, argumenta Ariel Babcock, diretor administrativo e chefe de pesquisa da FCLTGlobal. 

Segundo ele, o impacto das estratégias orientadas para as partes interessadas tem sido um tópico emergente, mas definições concorrentes, prioridades inconsistentes e falta de provas levaram ao ceticismo a respeito dele. 

O estudo mostra que as corporações que combinaram uma linguagem forte dos stakeholders com um desempenho sério em medidas ESG tiveram resultados 4% maiores em um período de três anos, tendo como métrica o retorno sobre o capital investido (ROIC). 

Além disso, elas teriam tido um crescimento de vendas 1,5% maior em um período de três anos. O perfil desse tipo de empresa mostra ainda que elas investiram percentualmente duas vezes mais em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em relação às vendas, quando comparadas às corporações que não adotaram a abordagem multissetorial. 

“Tem havido muita curiosidade para saber se os resultados ESG contribuem para o desempenho financeiro, mas não o suficiente sobre como, quando e onde essa contribuição ocorre”, explicou Witold (Vit) Henisz, professor de gestão da Deloitte & Touche e fundador do ESG Analytics Lab na Wharton School. De acordo com ele, a pesquisa destaca a importância da orientação para os stakeholders e indica o nível e estabilidade do retorno sobre o capital investido (ROIC), especialmente em um horizonte de tempo de dois a três anos. “A nossa esperança é que os resultados dessa análise conjunta ajudem os integradores ESG entre empresas e investidores a apoiar ganhos mútuos entre stakeholders e valores para os acionistas, fortalecendo o fato de que a atenção aos fatores ESG é motivada pela economia e não pela ideologia”, concluiu Henisz.




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