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Mudança climática é o maior desafio para a saúde no século XXI

Segundo pesquisador de Yale, mudança climática é responsável direta e indiretamente por milhões de mortes anuais.

mudança climática © - Shutterstock
por Redação janeiro 10, 2022
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A relação direta entre mudança climática e saúde tem sido avaliada de perto por Kai Chen, professor assistente do Departamento de Ciências da Saúde Ambiental da universidade americana de Yale. Ele resumiu o tema em uma entrevista para o site da instituição de ensino. Segundo a publicação, o pesquisador aplica abordagens multidisciplinares nas ciências do clima e da poluição do ar, além de usar a avaliação da exposição e epidemiologia ambiental para entender melhor como as mudanças climáticas estão afetando a saúde humana. O trabalho tem sido feito nos Estados Unidos, China e Europa.

Temperaturas extremas causam de 2 a 5 milhões de mortes por ano

Para Kai Chen, há uma relação direta entre os dois temas e ele cita eventos climáticos recentes nos Estados Unidos, como a onda de calor no noroeste do Pacífico. De acordo com ele, as temperaturas extremas e os eventos climáticos podem afetar adversamente um amplo espectro de doenças, levando ao aumento da mortalidade e morbidade. Dados do Centro de Yale sobre Mudança Climática e Saúde (YCCCH) indicam que o calor pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como ataque cardíaco e derrame, doenças respiratórias, diabetes, lesões não intencionais e transtornos mentais.

As pesquisas sobre a carga de doenças globais também descobriram que cerca de 2 milhões a 5 milhões de mortes por ano podem ser atribuídas à temperatura extrema em todo o mundo. E mais: a mudança climática também pode impactar indiretamente a saúde, por meio da piora da qualidade da água, poluição do ar, aumento da transmissão de doenças infecciosas e diminuição da produção agrícola e de nutrientes. 

A poluição do ar, por exemplo, é responsável por quase sete milhões de mortes prematuras por ano. Outra pesquisa recente do YCCCH mostra que a poluição do ar também está ligada ao aumento das internações hospitalares por doenças cardiovasculares, renais e mentais.

Kai Chen também destacou o “legado” da Covid-19 em relação à saúde. Segundo ele, durante a pandemia, os bloqueios de viagens aéreas e outras restrições melhoraram a qualidade do ar. Foi o caso da China e de outros países. “Esta mudança dramática nos mostrou um vislumbre do que poderia ser um mundo mais saudável, com fortes políticas de ar limpo. Mas a redução da poluição do ar e seus benefícios de saúde associados durante os bloqueios de Covid-19 são temporários”, argumenta. “No futuro, uma sociedade mais sustentável e saudável exigirá um maior investimento em energia limpa e renovável, infraestrutura de baixo carbono, transporte ativo e estilos de vida favoráveis ​​ao clima”, conclui o pesquisador.




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