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Estiagem e altas temperaturas criam cenário perigoso para o agronegócio

Para Valdo Marques, executivo da Stemac, a combinação de estiagem, altas temperaturas e chuvas em excesso pode criar a “tempestade perfeita” para o setor

estiagem © - Shutterstock
por Redação março 3, 2022
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    Impacto positivo e legados sustentáveis

O agronegócio brasileiro enfrenta uma tempestade perfeita, criada pelo cenário de altas temperaturas com estiagem, conforme expôs em artigo Valdo Marques, vice-presidente executivo da Stemac. Segundo ele, a combinação inclui ainda um período de chuvas acima da média. Todos esses fatores “representam um momento delicado para os cultivos agrícolas, produções pecuárias e abastecimento de famílias no meio rural”, avaliou ele. Para quem se espanta com chuvas e estiagem no mesmo parágrafo, a explicação envolve a estiagem na região Sul, em contraponto ao excesso de chuvas em outras regiões. As temperaturas atípicas são mais democráticas e atingem todo o país. 

Apesar dos efeitos mais visíveis acontecerem na agricultura, a pecuária também está ameaçada pelo quadro atual. Marques lembra que aves e suínos criados em sistema de confinamento são bastante sensíveis às oscilações de temperaturas, especialmente quando elas estão mais elevadas. “Dias quentes podem ocasionar redução da ingestão de alimentos, prejudicando o ganho de peso, e, em casos extremos, causando a morte de animais, o que tem acontecido com frequência”, pontuou o executivo. 

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Uma das soluções para minimizar os efeitos é seguir as orientações repassadas pelos assistentes técnicos da cooperativa ou da agroindústria. Uma lista primária de aconselhamentos envolve o fornecimento de água em quantidade e qualidade adequadas, a fim de garantir a correta manutenção dos equipamentos de ventilação e o resfriamento ambiental. Também é importante que o produtor fique atento à disponibilidade de energia elétrica, especialmente nos dias mais quentes.

“O momento crítico pelo qual estamos passando, onde há locais com restrição na disponibilidade hídrica, pede eficiência para reter ao máximo a água nas propriedades rurais”, salientou Marques. Nesse caso, a orientação é captar a água da chuva que cai sobre as construções, armazenando-a em reservatórios e cisternas. Trata-se da forma mais barata e eficiente de aumentar a reserva e garantir a estabilidade produtiva, principalmente na produção animal. Outra ação é ter poços artesianos, que podem ser opções complementares, mas suas construções devem ser feitas sob orientação de profissionais habilitados e com critérios técnicos.

O uso consciente e racional da água deve estar na pauta dos produtores do setor, principalmente porque a área irrigada no país chega atualmente a 8,2 milhões de hectares, podendo absorver mais 4,2 milhões de hectares até 2040, ou seja, um aumento de 76%. Os dados são do Atlas da Irrigação, divulgado em 2021. 

Uma das ações que devem ser estimuladas é o manejo do cultivo de alimentos, com técnicas de agricultura irrigada que garantem um desenvolvimento sustentável e mitiguem os problemas de estiagem. A irrigação por gotejamento é uma delas. O sistema tem potencial de economia de água e nutrientes, permitindo um uso eficiente e aumentando a produtividade na agricultura, além de contribuir para a geração de emprego.

A novidade, de acordo com o executivo da Stemac, é o uso de sistemas de geração de energia híbridos, com painéis fotovoltaicos interligados a geradores a diesel. Instalados em conjunto, eles garantem o fornecimento de energia em áreas afastadas e que muitas vezes não têm acesso à energia elétrica convencional. “Os sistemas híbridos são a forma de se obter energia a partir de duas ou mais fontes”, avaliou Marques.  




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